O impulso sectário é forte em todos os ramos da igreja, pois oferece uma aparência extremamente conveniente de comunidade sem as dificuldades decorrentes de amar pessoas que não aprovamos ou de deixar Jesus nos conduzir a relacionamentos com todos os homens e mulheres que procuramos evitar. Uma seita é consituída pela redução de uma comunidade, livrando-nos daquilo que não nos agrada, daquilo que nos ofende, seja idéias ou pessoas. Em vez de ingressarmos em comunidades de ressurreição, formamos clubes religiosos. As seitas são os cupins na casa do Pai.
A tentativa de reduzir a comunidade de ressurreição a seita é ameaça perpétua. Deus não tinha isso em mente quando derramou seu Espírito sobre os seguidores de Jesus reunidos em oração naquele dia memorável em Jerusalém.
Não parece haver muito que possamos fazer para eliminar o sectarismo institucional herdado por todos nós. No entanto, qualquer espiritualidade digna desse nome pode e deve resistir a atitudes e a um espírito de sectarismo e se recusar a criar uma espiritualidade formada de reduções ou exclusões. A diversidade no corpo de Cristo não é, necessariamente, o mesmo que sectarismo. A diversidade na comunidade pode, de fato, ser sinal de saúde, como o é numa floresta ou numa fazenda. As denominações, em si, não são destrutivas, mas, se funcionam como seitas excludentes, competitivas e arrogantes, destroem aquilo que proclamam.
Eugene Peterson, A Maldição do Cristo Genérico, pp. 285-286