22 de janeiro de 2009

Finney e a Maçonaria

Pouco depois de eu completar 21 anos de idade, quando estava na escola em Connecticut, um tio meu, já idoso, aconselhou-me a me tornar maçom. Assim fiz e passei pelos três primeiros graus da ordem. Embora considerasse absurda aquela cerimônia, nada houve que me tivesse impressionado, como especificamente imoral, a não ser o juramento que prestei ao alcançar o grau de mestre, em que "prometi guardar inviolados os segredos de um irmão maçom mestre, ao me serem confiados nessa condição, excetuando-se o assassinato e a traição, mais aqueles que forem deixados ao meu livre-arbítrio e concordância". Eu sabia que aquela promessa era imprópria e perigosa. Mas eu não tinha religião e era extremamente ignorante quanto às verdades espirituais. Quando fui estudar Direito em Adams, afiliei-me à loja maçônica ali, da qual passei a ser secretário. Não atingi um grau superior, mas continuei ativo na loja, até me converter a Cristo.

Durante o período em que me senti espiritualmente convicto, não parei para pensar na maçonaria, pois minha preocupação era buscar a paz com Deus. No entanto, pouco depois de minha conversão, chegou o turno em que eu deveria prestar serviços à loja maçônica. As cerimônias, então, deixaram-me aflito. Descobri, surpreso, que não podia, de forma alguma, fazer parte daquelas reuniões. Todos os seus juramentos e procedimentos passaram a ter sabor de profanidade, e minha nova natureza sentia repugnância deles. Eu não podia mais manter comunhão com aqueles atos. Afastei-me aflito, sentindo que entrara numa atmosfera incompatível com minha vida espiritual.

Coloquei a questão diante de Deus em oração e, depois de severa luta interior, pedi demissão da loja maçônica e informei-lhes que eu não poderia, conscientemente, continuar a ser membro daquela sociedade. Com natural relutância, acabaram me concedendo uma demissão honrosa. Esse fato criou certa agitação entre os maçons da cidade. Como eu supunha, com o propósito de manter um vínculo entre mim e a sociedade, programaram uma celebração e propuseram que eu fizesse o discurso. Recusei com firmeza o convite e informei aos que me apresentaram o pedido que eu não poderia, em sã consciência, fazer aquilo. No entanto, guardei silêncio a respeito de tudo isso, e ninguém, fora daquele local, por onde quer que eu viajasse, suspeitou -- suposição minha -- que eu, em tempos anteriores, havia sido maçom.

Naquela ocasião, eu não imaginava que um dia seria conclamado a dar testemunho público contra a maçonaria. No entanto, não muitos anos depois, William Morgan publicou seu livro, no qual revelou com fidelidade os segredos da maçonaria, conforme eu mesmo os conhecera. Este fato, como é bem sabido, resultou no assassinato de Morgan. Outras publicações com o mesmo teor se sucederam imediatamente, e a maçonaria deixou de ser segredo: todos os seus mistérios foram apresentados ao público. E, quando alguém me perguntou se aquela era uma representação fiel da maçonaria, respondi, sem hesitação: "Sim" Dentro dos conhecimentos que tive como membro dessa associação, ela está fielmente representada".

Eu então já não via o menor motivo para manter segredo algo que já estava aberto à investigação do mundo inteiro. Nada mais era segredo. Eu não podia negar -- sem mentir deliberadamente -- que a maçonaria estava desmascarada naqueles livros nem fingir que aquelas revelações eram incorretas ou mentirosas. Além disso, maiores considerações a respeito da situação convenceram-me de que era meu dever repudiar aqueles juramentos profanos, aos quais fora induzido por meios fraudulentos -- pois me haviam dito que nada ali era inconsistente com minhas obrigações para com Deus ou para com os homens. Em outras palavras, afirmavam que não haveria conflito com minhas obrigações religiosas e cívicas.

As revelações feitas sobre a natureza e as tendências da maçonaria na obra escrita por Morgan e o seu conseqüente assassinato demonstraram que essa instituição é evidentemente perigosa para o governo civil. Finalmente, a própria história da maçonaria, conforme consta diante do mundo, é tal que estou convicto de sua total incompatibilidade com a religião cristã.

Fonte: Memórias Originais de Charles G. Finney, Editora Vida, 2006. pg 505-506.

+: Wikipedia

Texto paralelo: Por que eu deixei a maçonaria, Por Charles G. Finney

Recentemente, circulou na internet um texto que afirma ser Barack Obama maçom da loja Prince Hall . Alexandre Rodrigues, nos comentários, parece desmentir a coisa toda.


Um comentário:

  1. Mt interessante esse texto dLiver, e tb interessante o esclarecimento do Alexandre.


    Eu vou imprimir esse e o outro texto pra minha mãe mostrar pro meu avô que é Batista e tb Maçom grau 33...


    abraços,
    Fique na Graça!

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