21 de novembro de 2010

O Pior Pecado - C. S. Lewis

"Para encerrar, apesar de eu ter falado bastante a respeito de sexo, quero deixar tão claro quanto possível que o centro da moralidade cristã não está aí. Se alguém pensa que os cristãos consideram a falta de castidade o vício supremo, essa pessoa está redondamente enganada. Os pecados da carne são maus, mas, dos pecados, são os menos graves. Todos os prazeres mais terríveis são de natureza puramente espiritual: o prazer de provar que o próximo está errado, de tiranizar, de tratar os outros com desdém e superioridade, de estragar o prazer, de difamar. São os prazeres do poder e do ódio. Isso por que existem duas coisas dentro de mim que competem com o ser humano em que devo tentar me tornar. São elas o ser animal e o ser diabólico. O diabólico é o pior dos dois. E por isso que um moralista frio e pretensamente virtuoso que vai regularmente à igreja pode estar bem mais perto do inferno que uma prostituta. E claro, porém, que é melhor não ser nenhum dos dois."
(contexto)


"De acordo com os mestres do Cristianismo, o pecado principal, o supremo mal, é o orgulho. A falta de pureza, a ira, a ganância, a embriaguez e tudo o mais, em comparação com ele, são ninharias. Foi pelo orgulho que o demônio tornou-se o demônio. O orgulho conduz a todos os outros pecados: é o mais completo estado de alma anti-Deus."




2 comentários:

  1. Lewis pressupõe uma hierarquia de pecados em seu raciocínio. Eu concordo com essa descatolização sobre o entendimento do pecado (http://www.youtube.com/watch?v=oYBB8hfRF7U).

    Pontuando toda essa questão, acho que as igrejas tratam pecados leves como graves em sua disciplina e, por isso, acabam errando na "dose de chibata santa". Isso fica interessante ver quando olhamos, por exemplo, para At 5.1-11. Nesse texto, Lc usa pela primeira vez no At a terminologia "igreja". Ananias e Safira morrem. Dentre tantas coisas a serem ditas, percebe-se ali um tratamento severo, capital, ou melhor, a punição máxima do Senhor. Motivo principal: a mentira. É comum ver conselho disciplinando membro por causa de pecado sexual (não julgo isso errado, desde que com sabedoria e Bíblia na mão!), mas é raríssimo ouvirmos conselho disciplinando crente por causa de mentira. Já pensou, Daniel?

    Já sobre o orgulho, apenas acrescento que de fato podemos dizer que isso é algo sério, muito sério em nós. Por que será que Deus colocou um espinho na carne de Paulo? O próprio Paulo nos diz: "para que não me ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi-me posto um espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte." (2 Co 12.7). João Calvino comenta essa passagem dizendo: "Atentemos bem quem é que diz isso. Ele tinha superado tantos tormentos, tantos perigos e tantos males; ele tinha triunfado sobre todos os inimigos de Cristo; ele tinha banido o temor da morte e renunciado ao mundo, todavia não conseguira subjulgar completamente o seu orgulho, de maneira tal que ainda persistia nele um conflito tão confuso que a única maneira de vencer era sendo esbofeteado."

    Atentemos bem.

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  2. "Rogo igualmente aos jovens: sede submissos aos que são mais velhos; outrossim, no trato de uns com os outros, cingi-vos todos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, contudo, aos humildes concede a sua graça." 1Pe 5.5

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