"O lugar óbvio para começar o trabalho missionário na África era Freetown. Em 1814, a Sociedade Missionária da Igreja [Anglicana] já havia começado a trabalhar lá; logo em seguida vieram os metodistas. As duas organizações começaram a converter iorubas "recapturados" (escravos libertados trazidos para Freetown por intervenção da marinha). Mas, desde o início, a intenção era mandar missionários não só para a África. Missionários anglicanos foram para a mais remota das colônias britânicas, a Nova Zelândia, já em 1809. No Natal de 1814, Samuel Marsden pregou sobre o texto "Vede, eu vos trago novas de grande alegria" para uma congregação de maoris que não entendia nada. A sua sobrevivência parece ter atraído outros. Os metodistas estabeleceram uma missão lá em 1823, os católico romanos em 1838. Em 1839, os anglicanos já tinham onze postos missionários na Nova Zelândia, contra seis dos metodistas. O mais bem-sucedido dos primeiros missionários da Nova Zelândia talvez tenha sido o anglicano Henry Miller, um destemido ex-marinheiro que trabalhou lá de 1823 até a sua morte, em 1867, construindo a primeira igreja (em Paihia) e traduzindo a Bíblia para o maori. Wlliams conseguiu conquistas o respeito dos maoris, principalmente intervindo para lembrar-lhes o Evangelho no meio de uma batalha acirrada. No entanto, nem todos os missionários conseguiam se safar desse tipo de desafio aos hábitos tradicionais. O reverendo Carl S. Volkmer foi para a Nova Zelândia nos anos 1850, mas caiu em desgraça com os maoris opotiki por tentar convencê-los a desistir de derramar sangue quando irrompeu uma guerra contra um clã rival, em 1865. Um dos chefes opotiki enforcou-o, atirou nele, decapitou-o em sua própria igreja, bebeu o seu sangue e engoliu seus dois olhos.
Converter os pagãos era uma empreitada perigosa. Para ter êxito, o movimento missionário precisava de um exército de homens jovens -- aventureiros, idealistas e altruístas, dispostos a ir para os confins da terra para semear a Palavra. Não podia ser maior a diferença de motivação entre os missionários e as gerações anteriores de construtores do Império, ferrabrases, comerciantes de escravos e colonizadores.
Neil Ferguson, Império, São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2010, pp. 140-141
Esse post é dedicado à Christchurch, cidade da Nova Zelândia.
Um terremoto de 6,3 graus na escala Richter deixou, até o momento, 65 pessoas mortas e 200 feridas na Nova Zelândia. A cidade atingida se chama Christchurch e está localizada no sul do país. Christchurch é a segunda maior cidade neozelandesa e tem uma população de 400 mil pessoas. (fonte)
O Exército de Salvação da Nova Zelândia pede aos cristãos a doar e orar para o povo de Christchurch. "Há necessidades de materiais para aqueles que perderam bens e casas. Estamos apelando para doações em dinheiro". (fonte)
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