Por outro lado, tenho lido críticas sobre A Cabana, e algumas delas são muito injustas com o livro. Acusam-no de heresia, mas é evidente que o entenderam mal ou leram algo nele que não existe. Recomendo que os leitores encarem o livro com uma atitude de caridade e generosidade. É pena, mas alguns leitores cristãos pensam que é seu dever achar erro em quase tudo. A cabana contém certos erros, mas não encontrei nada que fosse flagrantemente herético.
(...)É importante não confundir imagem com doutrina. Só porque algumas das imagens usadas em A Cabana sejam não convencionais não significa que são heréticas. O autor deixa bem claro que não pensa que Deus Pai seja literalmente uma alegre mulher negra. E ele vai longe para deixar claro que Pai, Filho e Espírito Santo são um ser e três pessoas. Apesar da imagística utilizada em A Cabana, a doutrina da Trindade está claramente refletida nas palavras de Deus sobre si mesmo para Mack. Receio que alguns críticos não tenham distinguido apropriadamente imagística e doutrina quando criticaram o livro.
(...)
Minha opinião é que não há nada de herético na doutrina implícita de A Cabana sobre a Trindade contanto que entendamos que a imagística é apenas isso -- imagística. A doutrina por atrás da imagística defende favoravelmente do Credo Niceno, o credo normativo da maioria dos ramos do Cristianismo, que afirma que Deus é "uma substância" e "três pessoas". A Cabana não utiliza essas palavras, e não deveria utilizar. É um romance escrito para o povo. Mas qualquer um que o ler com cuidado não pode acreditar seriamente que ele conflita com as Escrituras ou com o credo. Se alguém pensar assim, estará importando uma interpretação específica da Trindade que consta tanto na Bíblia quanto no credo. É muito comum dentre os caçadores de heresia. Eles tomam a sua própria interpretação estreita da doutrina e a colocam acima da Bíblia e do credo, e então acusam de heresia qualquer coisa que não combine com as suas interpretações. Mas está errado.
Uma avaliação cuidadosa da doutrina da Trindade de A Cabana é útil e justa. O livro pode ficar aquém de ser completo, e pode conter algumas distorções (ver capítulo três), mas não se pretende ser uma teologia sistemática. Para um romance, é uma adequada, se não particularmente iluminada, explicação da Trindade.
(...)
Levando tudo isso em conta, considero muitas críticas à Cabana problemáticas. Ofereci minhas próprias críticas neste livro. Mas elas têm a ver com os elementos da história que podem ser mal interpretados. Uma coisa é a sugeria correções e outra é lançar acusações de heresia! Não encontro heresia em A Cabana, e me preocupo com as pessoas que pensam que encontram.
Vou ser claro mais uma vez. Se uma pessoa que acusa A Cabana de heresia perder explicar por que o livro não está exatamente de acordo com as normas doutrinais de uma determinada denominação, muito bem. Mas a maioria dos críticos não diz isso. Eles simplesmente colocam o rótulo de "heresia" no livro, o que não é justo, caridoso, nem mesmo cristão.
Roger E. Olson, Deus e a Cabana, pp. 178-185.
Roger E. Olson, PhD, é professor de teologia no George W. Truett Theological Seminary, na Baylor University, em Waco, Texas.
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Clique aqui para assistir a crítica de Mark Driscoll.
Há um novo livro chamado "Queimando a cabana" ("Burning down The Shack") pelo professor de seminário Dr. James DeYoung. Dr. DeYoung conviveu com o autor, William P. Young, num "think tank" em Portland, Oregon. DeYoung detona a teologia de Young no seu livro, especialmente sua linha universalista, que ele adotou alguns anos antes da publicação do seu livro. Aliás, quem não achar erros teológicos no livro, "A cabana", segue uma teologia suspeita ou não tem uma formação bíblica suficientemente forte.
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