A opinião de A Cabana sobre religião, sistemas e instituições é ambígua. Ou seja, é difícil de interpretar. O autor lança esses dizeres de Jesus no ar, como pequenas granadas, e nos deixa imaginando o qu fazer com eles. Algumas pessoas poderiam considerar isso uma irresponsabilidade. Mas talvez sua principal preocupação não seja tanto nos convencer de alguma coisa quanto nos fazer pensar de formas novas e saudáveis. Vamos explorar o que ele poderia pretender.Em primeiro lugar, A Cabana está tentando mudar nossa opinião sobre o que significa ser seguidor de Jesus e amigo de Deus. A maioria das pessoas acredita que essas coisas envolvem necessariamente um nível elevado de lealdade e participação em organizações religiosas. Crescemos pensando que a religião cristã é a nossa identidade primária. A Cabana está tentando diferenciar lealdade a Jesus e amor aos nossos próximos, de um lado, de lealdade a organizações e sistemas humanos, de outro lado. E vai mais além do que isso. Significa que organizações e instituições religiosas podem muitas vezes nos atrapalhar em sermos seguidores fiéis de Jesus.
Por que muitas vezes colocamos a lealdade às instituições e organizações religiosas na frente de Jesus? A Cabana diz que isso ocorre porque almejamos a certeza e a segurança que pensamos que as instituições e os sistemas, como regras, podem oferecer. O Deus de A Cabana quer que abramos mão da nossa mania de certeza e de segurança, e que na fé nos lancemos a ele em total confiança. (A Cabana tem até Deus dizendo para Mack: "Eu gosto demais da incerteza" [p. 190]. Que enigmático!) Isso significa que todas as instituições, organizações e sistemas são ruins? Não necessariamente. Mas, segundo A Cabana, eles se transformam facilmente em substitutos para Deus à medida que esperamos mais neles do que em Deus. Deus fala para Mack que os sistemas humanos não podem nos oferecer segurança (p.166). Só Deus pode fazer isso, e é uma questão de confiança radical, mais do que provação, segurança ou estabilidade. Sistemas e instituições podem oferecer tais coisas em certa escala, mas não podem substituir a segurança que encontramos confiando apenas em Deus e tendo um relacionamento com ele.
Assim, de acordo com A Cabana, os cristãos tendem a pensar incorretamente sobre ser um seguidor de Jesus. Consideramos que seguir Jesus é praticar atividade religiosa nas instituições humanas que abraçam algum sistema de doutrina e moralidade humanamente criado. Alguns ainda o identificam com lealdade ao partido político ou a certa ideologia. Está tudo errado. Podemos estar envolvidos em instituições que trabalham em nome de Deus no mundo, e podemos acreditar em doutrinas, mas temos de ser cautelosos em relação a elas e guardá-las livremente. É muito fácil se tornarem corruptas, mortas, irrelevantes ou abusivas. Afinal de contas, são humanas. Mesmo o Cristianismo em si, como religião organizada, é uma invenção humana e, por conseguinte, sujeita ao fracasso.
Tudo isso me faz lembrar de um livro clássico do teólogo cristão Emil Brunner (1889-1966) intitulado The Misunderstanding of the Church [O mal-entendido da igreja]. Brunner alegou que a igreja não é uma instituição mesmo que assuma formas institucionais. A igreja deve sempre se distinguir dos seus aparatos e formas organizacionais, como fluxogramas, declarações doutrinais, cerimônias e monumentos. A verdadeiras igreja é a comunhão, daqueles que acreditam em Jesus e o seguem. Um contemporâneo de Brunner, Karl Barth (1886-1968) alegou que o cristianismo não é sequer uma religião! É o evangelho. Yong leva isso um passo adiante: ser seguidor de Jesus Cristo não significa ser membro de alguma igreja ou mesmo identificar a si mesmo como cristão. É somente confiar em Deus, encontrar a nossa segurança nele, e amar a ele e ao próximo incondicionalmente.
(...)
15 de julho de 2009
Não gosto muito de religiões
10 de julho de 2009
Deus e a Cabana

- Em Deus e A Cabana, Roger E. Olson se aprofunda em importantes questões encontradas em A Cabana, como o perdão, o modo de agir de Deus, como Ele pode ser três pessoas em apenas uma e que diferença isso faz em nossa vida.
Editora: Thomas Nelson Brasil
- Autor: ROGER E. OLSON, professor de Teologia no George W. Truett Theological Seminary, na Baylor University, Waco, Texas, EUA. É também editor da revista Christian Scholar's Review.

- O autor e teólogo Randal Rauser nos leva a uma fantástica jornada através das páginas dessa emocionante história em Encontre Deus na Cabana e convida o leitor incrédulo. Descubra por que o livro A Cabana é considerado: "Um potencial para oferecer consolo inegável. (...) um final cheio de esperança." Revista Veja
- Editora: Planeta do Brasil
- Autor: Rauser, Randal D.
7 de julho de 2009
Casa do Senhor

Atravessei o saguão e fui ao encontro de João. Lá estava ele, diante do mural da nossa escola dominical, os olhos cravados nas letras garrafais que diziam, lá no alto: EU ME ALEGREI QUANDO ME DISSERAM: ENTREMOS NA CASA DO SENHOR.
- O que isso quer dizer? - ele perguntou, apontando as palavras com o indicador.
- Que devemos ficar felizes de estar na presença de Deus. - Sem querer, minha voz se elevou um pouco no fim da frase, fazendo com que minha resposta soasse mais como uma pergunta.
- Boa resposta. Por que essa frase está aqui?
- Para mostrar o compromisso missionário com a educação cristã - respondi, tentando demonstrar indiferença, mas sabendo que ele estava querendo chegar a algum lugar. Continuei: - Estamos procurando criar uma atmosfera em que as crianças gostem relamente de assistir às aulas.
- E "a casa do Senhor" é este prédio aqui? - Ele apontou para a construção.
Opa! Eu não estava gostando nada do rumno que a coisa estava tomando. Após uma pausa, respondi:
- Bom, é claro que todos nós sabemos que "casa do Senhor" é algo bem maior do que isso. - Estava desesperado para dar uma resposta correta, mas tive a desagradável sensação de não possuir nenhuma no meu arsenal.
- Mas o que pensam as pessoas que lêem isso?
- Provavelmente entendem que significa freqüentar a nossa igreja.
- E é isso que vocês desejam que elas pensem?
De novo ele deixou que o silêncio permanecesse por mais tempo do que eu era capaz de suportar.
- Imagino que sim.
- Vocês não percebem que o que há de mais precioso no Evangelho é que ele nos liberta da idéia de que Deus reside em um local determinado? Para os seguidores de Jesus essa notícia foi excelente. Não precisariam pensar num Deus que estaria encerrado no recesso do templo e apenas disponível para pessoas especiais em ocasiões especiais.
Havia um pouco de tristeza em sua voz, e ficamos calados durante algum tempo.
- E então, Jake, onde é a casa do Senhor?
- Somos nós. - De repente aquela inscrição me pareceu abosolutamente estúpida. Eu me perguntava se João sabia que ela havia sido idéia minha. Eu certamente não iria contar-lhe.
João suspirou.
- Você se lembra do que Estêvão disse pouco antes de o matarem a pedradas? "O Mais Alto não mora em casas feitas por mãos humanas." Foi aí que o atacaram, porque os fazia lembar o desafio de Jesus de destruir o templo e reconstruí-lo em três dias. As pessoas são muito sensíveis em relação aos seus prédios, principalmente quando acham que Deus habita neles.
Não falei nada. Só balancei a cabeça concordando.
Passagem do livro "Por que você não quer mais ir à igreja?" - Editora Sextante.
Para saber mais, visite o blog de divulgação: http://adeus-igreja.blogspot.com/
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House of the Lord
Casa do Senhor
Alegrei-me quando me disseram
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5 de julho de 2009
O elemento espiritual
"Considerando que as gerações emergentes realmente desejam experimentar o que é espiritual, nossas reuniões de adoração não deveriam proporcionar o que elas desejam? Não deveriam ser momentos de ligação com Deus, para parar e respirar um pouco, para desacelerar o ritmo da vida e vivenciar um pouco de paz, dirigindo o foco para Deus, e exaltar o nome de Jesus?
Ouvi bastante coisa sobre a comunidade de Taizé em uma pequena cidade no leste da França. No verão, de 3 a 6 mil pessoas por semana comparecem para orar, cantar em meditação e obter renovação espiritual. Esses jovens vêm da Europa pós-cristã -- da Alemanha, da Itália, da Inglaterra e de outros lugares. E eles são atraídos às dezenas de milhares não para um show cristão do momento ou para um agitado acampamento de verão com jogos, piscina e atividades, mas para uma experiência de uma semana, cristocêntrica e contemplativa."
Dan Kimball, A Igreja Emergente, pp. 174-175
Atualmente, meu encanto acerca da comunidade de fé têm oscilado entre a simplicidade orgânica e a beleza sacramental. Ainda não sei para onde esses pensamentos vão me levar.
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1 de julho de 2009
O Que é a Igreja?
"O que vem à nossa mente quando pensamos sobre a palavra igreja é a coisa mais importante que molda o nosso funcionamento como igreja." - Dan Kimball, A Igreja Emergente
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