24 de junho de 2009

Afinal, Por Que a Cruz?

(...) ensinamos o modo como [Jesus] foi executado, por nossa causa, como criminoso comum entre outros criminosos. Não precisamos compreender exatamente como isso funciona. Qualquer um que pensa compreender plenamente aquilo que a teologia denomina expiação sem dúvida nenhuma terá algumas surpresas pelo caminho. Em nenhum outro tópico a arrogância teológica se revela tão comumente quanto neste. Mas esse fato é algo que precisamos sempre contemplar em nossa mente. Essa é a boa razão para usar ou exibir uma cruz. Apesar de todas as associações falsas e desencaminhadoras que a cercam, ela ainda anuncia (mesmo sem o conhecimento daquele que a exibe): "Fui comprado pelos sofrimentos e pela morte de Jesus, e pertenço a Deus. A conspiração divina da qual faço parte paira sobre a história humana na forma de uma cruz".


Todo discípulo deve trazer gravada indelevelmente na alma a realidade dessa pessoa maravilhosa que andou no meio de nós e sofreu morte cruel para possibilitar que cada um de nós tenha vida em Deus. Essa realidade jamais deve ultrapassar as margens da nos
sa consciência. "Deus", disse Paulo, "prova o seu próprio amor para conosco, pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores" (Rm 5:8).


Aqui reside a exclusividade da revelação cristã de Deus. Ninguém pode ter uma visão adequada do coração e dos desígnios do Deus do universo se não entende que ele permitiu que seu filho morresse na cruz para assim atingir todas as pessoas, mesmos aqueles que o odiavam. Esse é o nosso Deus. Mas não se trata aqui apenas de uma "resposta certa" a uma pergunta teológica. É Deus quem me olha lá da cruz, com compaixão e disposição de fazer que nada me falte, sempre pronto a tomar a minha mão e me levar, onde quer que eu esteja no caminho da vida.


Dallas Willard, A Conspiração Divina, p. 366



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