É a batalha para confiar em Deus quando ele não parece confiável, para esperar nele quando reclamar parece mais justo, para se aproximar dele quando ele parece indiferente. Em suma, a batalha para cultivar um bom relacionamento com Deus.
É hora de a igreja entrar na verdadeira batalha que se desenrola na nossa alma. Muitas já estão engajadas. Aqui e ali, notamos que as prioridades mudam: em vez de proporcionar apenas um culto inspirador na manhã de domingo, levar as pessoas em verdadeira adoração; em vez de oferecer um cardápio de programas que mantém todas as pessoas contentes no seu envolvimento, participar das lutas que as pessoas enfrentam no seu anseio de conhecer melhor a Deus.
A comunidade de Deus não tem vocação mais sublime que aproveitar a oportunidade de vivenciar a Deus. As batalhas mais acirradas são aquelas que lutamos quando buscamos de todo o coração confiar em Deus tão absolutamente que passamos a ver cada infelicidade como algo que ele permite acontecer, que ele quer que utilizemos. Quando buscamos conhecê-lo tão profundamente que não mais recorremos a ninguém e a nada mais para vivenciar o que nossa alma anseia gozar. Quando buscamos amá-lo tão completamente e com paixão tão ardente que passamos a detestar e rejeitar qualquer coisa que se interponha entre ele e nós.
É uma batalha que não posso vencer sozinho. Preciso de uma comunidade que esteja lutando a mesma guerra e queira me incluir nessa luta. Preciso de uma comunidade que entre na minha batalha e me ajude a identificar qual é ela, para que eu não desperdice a minha vida combatendo batalhas menores – que é a minha tendência.
Tendo a avaliar cada emoção perturbadora que sinto. De onde ela veio? Qual o seu propósito? Como posso mudá-la? São esses tipos de batalhas que as pessoas levam aos terapeutas.
Mas a batalha maior é o meu relacionamento com Deus. Será que confio nele o bastante para continuar trabalhando na minha vida mesmo quando me vejo assaltado por emoções debilitantes? Será que o conheço bem o bastante para buscar o seu consolo, em vez de procurar alívio da dor por quaisquer outros meios? Será que o amo o bastante para acolher bem sofrimentos que aproximem a minha alma dele? Será que me disponho a pagar qualquer preço para conhecê-lo bem?
A batalha fundamental na vida de qualquer pessoa é relacionar-se bem com Deus, adorá-lo, desfrutá-lo, viver a sua presença, ouvir sua voz, confiar nele em tudo, sempre chamá-lo bom, obedecer a cada ordem (mesmo as mais duras) e esperar nele quando ele desaparecer. É dessa batalha que a comunidade de Deus é convocada a participar, cada qual participando mais da vida do outro.
A conexão principia quando entramos na batalha que o próximo está lutando para vivenciar a Deus, quando entramos nessa batalha com a empatia de um companheiro de lutas e com a fé de saber que isso pode acontecer.
(extraído do livro Conexão, Larry Crabb, Ed. Mundo Cristão, pp 205-213)
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