Estou de volta, depois de uma mini-férias em que fui a minha casa em Uberlândia, fiz uma viagem relâmpago no fim-de-semana ao Rio de Janeiro. Nessa viagem experimentei companheirismo, sabe o que é isso? Voltei pra Uberlândia e agora estou novamente em Nerópolis.
Os pensamentos estão agitados e a consciência das inúmeras tarefas a fazer está bem viva. Leituras vieram à memória. Registro algumas delas:
"Hoje creio que a causa de todas as nossas dificuldades pessoais e emocionais é a falta de união, a ausência de conexão que nos impede de receber vida e evita que a vida que há dentro de nós transborde para os outros. Creio portanto que o caminho mais seguro para superar os problemas e nos tornarmos as pessoas que deveríamos ser é restabelecer a conexão com Deus e com nossa comunidade. Mas reconectar-se de modo a promover o nível mais alto de cura, não é tarefa simples. É na verdade coisa rara nesta nossa cultura de ritmo tão veloz, de demandas tão imediatas." (Larry Crabb, Conexão, p. 60)
Realmente! Em Uberlândia, a fase atual da minha principal comunidade enquanto estive por lá é desalentadora. Perambulei um pouco naquelas ruas procurando a experiência pretérita, o contexto social passado. Deixei-me ofender por um comentário enciumado de um rapaz muito caro pra mim e isso revirou um mundo de dificuldades e problemas. Lamentei, reclamei, discursei a dispersão do rebanho, a ausência dos amigos.
Eugene Peterson me mostra que meus lamentos estão cheios de autopiedade:
"A auto compaixão se dissolve em nostalgia: Fico a pensar nos dias que se foram, nos anos há muito passados (Sl 77.5). A grama era mais verde há cinqüenta anos. As gerações anteriores eram mais fortes, mais nobres, mais justas. Quase todo mundo pensa que tudo corria melhor antes -- mas não há duas pessoas que concordem sobre a data específica em que tudo era melhor. (...) A autopiedade, historiadora sofrível, avalia e recorda apenas para alimentar a injustiça presente e para evitar agir no sentido de resolver os problemas." (Onde Seu Tesouro Está, p. 118-119)
Revi e visitei alguns. Estar com um casal muito querido alegrou meu coração. Com um outro casal que unem daqui há dois meses, experimentei uma vívida percepção de que reavivar a visão de ministério cristão de modo a envolver aquela juventude, novamente, na multiplicação da Igreja, não seria uma tarefa fácil. E tal como como se eu fosse o salvador do reino de Deus, aquele que faria a humanidade se entusiasmar novamente com o que Deus está fazendo no seu mundo pensei em possíveis argumentos. Nos termos de Brian D. McLaren:
"Muitas vezes, quando se conta a história do movimento de Jesus, geralmente ela é centrada nos profissionais religiosos. Mas e se o papel desempenhado por eles for, na melhor das hipóteses, secundário? E se a verdadeira diferença que está sendo feita no mundo for causada não por nós, pregadores, mas por aqueles que preservam nossa pregação, aqueles que vivem de forma tranqüila de algumas vezes silenciosa, conforme a mensagem secreta do Reino de Deus, em suas vidas diárias, em seus trabalhos, no laboratório, na sala de aula, no escritório, em uma cabine, no congresso, na cozinha, no mercado, na fábrica e na vizinhança?
(...) Afinal de contas, quando se vêem estudantes, eleitores, clientes e fregueses como pessoas que são amadas por Deus e como concidadãos do Reino de Deus, fica mais difícil explorá-las, fazer-lhes ou dar algo inferior. E quando um número considerável de pessoas começa a viver por essa perspectiva, nas pequenas coisas tanto quanto nas grandes, durante longos períodos de tempo, as coisas começam a mudar realmente. A educação como a conhecemos evolui, assim como as políticas públicas, a legislação, a qualidade dos produtors que consumimos e a economia como um todo. Dessa forma, cada um de nós não irá simplesmente orar: 'Venha o seu reino', como também se tornará parte da resposta a esta oração em nossa esfera de influência." (A Mensagem Secreta de Jesus, pp. 108-109)
Bom, primeiro preciso cuidar eu das demandas que exigem conexão e preservar a mensagem do reino que pode mudar o meu coração!! Encerro com Peterson:
"Auto-compaixão é infelicidade viral. Estamos no meio de uma epidemia e precisamos encontrar a cura. Mesmo que não seja muito usado, o antídoto é bem conhecido. É, simplesmente, a oração, ato sensível o suficiente para estar em contato quase constante com a autopiedade, mas forte o suficiente para não ser absorvido por ela. (...) Na oração, a autopiedade encontra-se com energia maior e mais saudável e se transforma." (Onde Seu Tesouro Está, p. 118-119)
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