Vaticano cria curso para 'atualizar' padres em confissões
O Vaticano está fazendo com que padres passem por um curso de atualização em confissões para restaurar a confiança dos fiéis italianos.
Leia abaixo um trecho do capítulo 10 do livro A CELEBRAÇÃO DA DISCIPLINA, de Richard Foster. A importância do pensamento e da obra de Richard Foster para vida da Igreja Brasileira é o tema do próximo café acadêmico da Editora Vida.
Poder de Perdoar
Os seguidores de Jesus Cristo receberam o poder de em seu nome perdoar o pecado. “Se de alguns perdoardes os pecados, são-lhes perdoados; se lhos retiverdes, são retidos” (João 20:23). Que privilégio maravilhoso! Por que afastar-nos de um ministério tão vivificante? Se nós, não por mérito, mas por pura graça, recebemos o poder de libertar os outros, como ousamos reter este grande dom?
Tal poder não ameaça, de forma alguma, o valor ou a eficácia da confissão privada. É uma verdade maravilhosa que o indivíduo pode entrar em uma nova vida na cruz sem levar o auxílio de nenhum mediador humano. Essa realidade dominou como um sopro de ar fresco nos tempos da Reforma. Foi como um toque de clarim de livramento da escravidão e manipulação que se haviam infiltrado no sistema confessional eclesiástico. Precisamos lembrar-nos, também, que o próprio Lutero acreditava na confissão mútua, fraternal. No Catecismo Maior ele escreveu:
“Portanto, quando te admoesto à confissão, admoesto-te a que sejas cristão.”
O indivíduo que conheceu, mediante a confissão privada, o perdão e o livramento de persistentes hábitos importunadores, deveria regozijar-se grandemente nesta prova da misericórdia divina. Há, porém, outros para os quais isso não aconteceu. Permita-me descrever o processo. Temos orado, implorado mesmo, por perdão, e embora esperando ter sido perdoados, não temos sentimento nenhum de livramento. Temos duvidado de nosso perdão e perdido a esperança em nossa confissão. Receamos que, talvez, tenhamos feito confissão somente a nós mesmos e não a Deus. As tristezas e mágoas do passado, que nos perseguem, não foram curadas. Temos tentado convencer-nos a nós mesmos de que Deus só perdoa o pecado, mas ele não apaga a memória. Em nosso íntimo, porém, sabemos que deve haver algo mais. Alguns disseram que aceitássemos o perdão pela fé e não chamássemos a Deus de mentiroso. Não desejando chamar a Deus de mentiroso, fazemos o melhor que podemos para aceitar o perdão pela fé. Porém a miséria e a amargura permanecem em nossa vida e novamente nos desesperamos. Por fim, começamos a crer que o perdão é apenas uma passagem para o céu, que não tem o propósito de afetar nossa vida no presente, ou que não somos dignos da graça perdoadora de Deus.
A Bíblia ensina que todos os crentes são sacerdotes diante de Deus. “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real” (1 Pedro 2:9). No tempo da Reforma este era chamado “sacerdócio universal dos crentes”. Uma das funções do sacerdote do Antigo Testamento era trazer o perdão de pecados mediante o sacrifício santo. O livro de Hebreus, naturalmente, deixa claro que Jesus é o sacrifício final e suficiente. Mas ele deu-nos seu sacerdócio, o ministério de efetuar aquele sacrifício real nos corações e nas vidas de outros seres humanos. É pela voz de nossos irmãos e irmãs que a palavra de perdão é ouvida e cria raiz dentro de nós.
Somos gratos pelo ensino da Reforma, de que há “um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” (1 Timóteo 2:5).
Também somos gratos pelo ensino bíblico, cujo apreço se renova em nossos dias, de “confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros...” (Tiago 5:16). Ambos se encontram na Bíblia, e um não exclui o outro.
Os seguidores de Jesus Cristo receberam o poder de em seu nome perdoar o pecado. “Se de alguns perdoardes os pecados, são-lhes perdoados; se lhos retiverdes, são retidos” (João 20:23). Que privilégio maravilhoso! Por que afastar-nos de um ministério tão vivificante? Se nós, não por mérito, mas por pura graça, recebemos o poder de libertar os outros, como ousamos reter este grande dom?
Tal poder não ameaça, de forma alguma, o valor ou a eficácia da confissão privada. É uma verdade maravilhosa que o indivíduo pode entrar em uma nova vida na cruz sem levar o auxílio de nenhum mediador humano. Essa realidade dominou como um sopro de ar fresco nos tempos da Reforma. Foi como um toque de clarim de livramento da escravidão e manipulação que se haviam infiltrado no sistema confessional eclesiástico. Precisamos lembrar-nos, também, que o próprio Lutero acreditava na confissão mútua, fraternal. No Catecismo Maior ele escreveu:
“Portanto, quando te admoesto à confissão, admoesto-te a que sejas cristão.”
O indivíduo que conheceu, mediante a confissão privada, o perdão e o livramento de persistentes hábitos importunadores, deveria regozijar-se grandemente nesta prova da misericórdia divina. Há, porém, outros para os quais isso não aconteceu. Permita-me descrever o processo. Temos orado, implorado mesmo, por perdão, e embora esperando ter sido perdoados, não temos sentimento nenhum de livramento. Temos duvidado de nosso perdão e perdido a esperança em nossa confissão. Receamos que, talvez, tenhamos feito confissão somente a nós mesmos e não a Deus. As tristezas e mágoas do passado, que nos perseguem, não foram curadas. Temos tentado convencer-nos a nós mesmos de que Deus só perdoa o pecado, mas ele não apaga a memória. Em nosso íntimo, porém, sabemos que deve haver algo mais. Alguns disseram que aceitássemos o perdão pela fé e não chamássemos a Deus de mentiroso. Não desejando chamar a Deus de mentiroso, fazemos o melhor que podemos para aceitar o perdão pela fé. Porém a miséria e a amargura permanecem em nossa vida e novamente nos desesperamos. Por fim, começamos a crer que o perdão é apenas uma passagem para o céu, que não tem o propósito de afetar nossa vida no presente, ou que não somos dignos da graça perdoadora de Deus.
A Bíblia ensina que todos os crentes são sacerdotes diante de Deus. “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real” (1 Pedro 2:9). No tempo da Reforma este era chamado “sacerdócio universal dos crentes”. Uma das funções do sacerdote do Antigo Testamento era trazer o perdão de pecados mediante o sacrifício santo. O livro de Hebreus, naturalmente, deixa claro que Jesus é o sacrifício final e suficiente. Mas ele deu-nos seu sacerdócio, o ministério de efetuar aquele sacrifício real nos corações e nas vidas de outros seres humanos. É pela voz de nossos irmãos e irmãs que a palavra de perdão é ouvida e cria raiz dentro de nós.
Somos gratos pelo ensino da Reforma, de que há “um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” (1 Timóteo 2:5).
Também somos gratos pelo ensino bíblico, cujo apreço se renova em nossos dias, de “confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros...” (Tiago 5:16). Ambos se encontram na Bíblia, e um não exclui o outro.
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