Justiça vai investigar 25 ONGs
Vasconcelo Quadros Brasília
Um levantamento da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) encaminhado ao Ministério da Justiça para amparar a operação de combate à biopirataria, compra ilegal de terras, interferência indevida em áreas indígenas e exploração de recursos minerais, lista pelo menos 25 organizações não-governamentais (ONGs) com atuação na Amazônia e que devem ser investigadas pela força tarefa criada pelo Ministério da Justiça. No grupo estão as entidades mais expressivas com atuação nas áreas indígenas e na defesa do meio ambiente. O relatório traz um cadastro completo das entidades, nome ou razão social, origem, sede, dirigentes, fontes de financiamento, área de atuação e as atividades desenvolvidas, mas deixa claro que nem todas exercem atividades suspeitas.
A força-tarefa coordenada pela Secretaria Nacional de Justiça vai identificar todas as entidades com o auxílio da Polícia Federal e de outros órgãos públicos federais, como Forças Armadas, Funai e Ibama, para separar as que realizam um trabalho social das que usam a defesa dos índios e do meio ambiente para praticar crimes contra a soberania do país e exploração de recursos naturais.
- Vamos despolitizar esse debate e separar o joio do trigo - , afirma o secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior. Sua primeira tarefa, no entanto, será encontrar um consenso de atuação entre os órgãos públicos para definir a prioridade da força tarefa e separar as entidades sérias das suspeitas. Segundo ele, quem não se sujeitar ao controle governamental tem outros objetivos:
- Estará violando a soberania ou preocupado com as riquezas naturais do país - diz o secretário.
Na lista de 25 ONGs, a Abin aponta 13 com atuação em áreas indígenas e, entre elas, as suspeitas. As que mereceram maior atenção são entidades como a Amazon Conservation (ACT), de origem americana, que desenvolveu campanhas para compra de terras e é suspeita de biopirataria. Dados coletados pela Abin, a entidade repassaria conhecimentos indígenas sobre substâncias extraídas de plantas e animais a laboratórios estrangeiras ligados à produção de cosméticos e medicamentos. Grupos indígenas chegaram a acusar a ACT de não prestar contas e nem repassar recursos prometidos às aldeias.
Outra ONG com atuação na área, a amazonense Comissão Pró-Yanomami (CCPY), segundo as anotações da Abin, chegou a celebrar convênio com o laboratório americano Shaman Pharmaceuticals, sem o conhecimento da Funai ou da Fundação Nacional da Saúde (Funasa), para repassar conhecimentos tradicionais dos índios sobre medicina em troca de recursos, o que caracterizaria, segundo o governo amazonense, a prática de etnobiopirataria.
Epidemias
A ONG indigenista amazonense Conselho Indigenista do Vale do Javari (CIVAJA), é apontada pela Abin como suspeita por má gestão de recursos públicos repassados pela Funasa, o que teria alastrado epidemias entre os índios. A entidade não prestou contas dos recursos alegando que na região em que atua, a fronteira, não consegue notas fiscais ou recibos que comprovem gastos com alimentação e transporte fluvial às equipes.
A Coordenação da União dos Povos Indígenas de Rondônia, Noroeste do Mato Grosso e Sul do Amazonas (CUNPIR), embora se apresente como entidade que combate a exploração ilegal de diamantes na Reserva Roosevelt, em Rondônia, seria dona de equipamentos de garimpagem descobertos na mesma área dos Cinta-Larga, numa localidade conhecida por Igarapé Laje. A entidade é financiada por ONGs alemãs e tem parte de suas despesas bancadas pela WWF - Brasil.
Uma outra entidade de nome esquisito, a norte-americana Jovens Com Uma Missão (JOCUM), desenvolve trabalho evangélico junto a grupos que nunca haviam sido procurados por missionários e arranjou encrenca com a principal ONG indigenista brasileira, o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), ligado a igreja católica, e com a própria Funai. A JOCUM foi acusada de ameaçar a identidade das etnias e interferir na "cosmovisão" dos índios, introduzindo, através de rituais religiosos, entidades místicas estranhas à cultura dos índios Suruaha, no Amazonas.
A Missão Novas Tribos do Brasil (MNTB), seita de origem americana, é suspeita de usar o trabalho religioso como pretexto para destruir a cultura indígena, praticar a biopirataria, realizar prospecção ilícita do subsolo e contrabandear minerais de áreas indígenas. A MNTB atua em junto a mais de 40 etnias.
Entre as ONGs ambientalistas, um dos alvos certos da investigação é a inglesa Cool Earth, dirigida pelo milionário sueco Johan Eliasc, que oferece terras pela Internet no Amazonas, Mato Grosso e em determinadas regiões do Equador com o pretexto de arrecadar dinheiro para preservação de áreas "adotadas". Eliasc é suspeito de ter utilizado laranjas para comprar cerca de 160 mil hectares no Amazonas e de estimular outros empresários ingleses a comprar terras na região sob o argumento de que a bandeira preservacionista é um bom negócio. Uma entidade brasileira, o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (IMAZON), premiada internacionalmente pelo trabalho de conservação, mas é citado no relatório por desenvolver projetos de pesquisas sobre desmatamentos financiados pelo governo e entidades filantrópicas americanas, utilizando imagens do satélite MODIS que pertence à NASA.
Agora, se a Jocum , que tem um nome esquisito e está fazendo um trabalho evangélico, está interferindo na cosmovisão das tribos, isso é resultado do processo de comunicação. Jesus também o fez, e foi morto por isso! E se a Jocum está introduzindo uma entidade mística estranha à cultura dos índios Suruaha, no Amazonas, através de rituais religiosos (tais como oração, batismo e ceia?), onde está o crime?
Como na história daquele homem da tribo Lisu, nas distantes colinas da China, ajudar na mudança de cosmovisão (arrependimento) de um povo de uma cultura diferente, fere ou promove a dignidade da pessoa humana, princípio fundamental da República Federativa do Brasil, como Estado Democrático de Direito que pretende ser?
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Puxa Vida!!
ResponderExcluirNão há nada pra ser apurado! Toda essa questão tem a ver realmente com perseguição. O Suziki e a Marcia estão adotando as crianças e livrando-as do infanticídio. Há algum crime nisso? O problema é que isso está afetando outros grandes interesses.
ResponderExcluirAbraço
Essa briga com a JOCUM já existe a muitooo tempo.
ResponderExcluirIsso não passa de perseguição, porém é necessário verificar a situação aí, em especial com relação a essas ONG's
abração Daniel
Fica na GRAÇA! =)
ResponderExcluirAqueles que têm um trabalho sério, desenvolvido com responsabilidade e legítima preocupação em oferecer algo positivo à sociedade/comunidade/tribo/o-que-quer-que-seja, não têm absolutamente nada a temer quanto à questão das investigações.
ResponderExcluirSei que existe uma perseguição velada, mas, a "polêmica" criada em torno do trabalho da JOCUM e da luta de Márcia e Suzuki pelas criancinhas indígenas já foi alvo das reportagens do Fantástico e, a meu ver, só ajudou a divulgar a causa. Por outro lado, não podemos esquecer que tem muuuuita ONG se fazendo de santinha (no sentido exato!) para esconder as maracutaias. Palavra de auditora: faz tudo certinho? Não deve temer nada! Agora, se tem rolo ...
A perseguição campeia, claro - já estamos à 2.000 anos avisados que seria assim.
ResponderExcluirMas precisamos estar atentos às denúncias.
Estou te linkando no Arsenal do Crente.
Graça e paz, amado.
engraçado que a ong que mais se incomodou com a jocum seja ligada a igreja católica...eles podem?
ResponderExcluirjesuitas modernos?
Para atualizar:
ResponderExcluirO Departamento de Comunicação da FUNAI, tomando conhecimento de que acusações imputadas a membros da Missão Novas Tribos do Brasil (MNTB) que atuaram entre a população indígena Zo'é, no estado do Pará, já foram investigadas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal em Santarém e consideradas improcedentes, decidiu retirar de seu website as matérias que continham algum tipo de declaração acusatória.
O que deveria era tirar estas acusações do site pois nada foi provado, uma afirmação só pode ser feita mediante provas, E SE NÃO HÁ PROVAS PORQUE ACUSAR OU POSTAR INFORMAÇÕES NÃO COMPROVADAS? Acusações e informações não comprovadas é Crime! Se a justiça ainda vai investigar (ainda vai investigar) as ONGs é porque não há nada comprovado e nem estudado a fundo. Gostaria muito que essas informações fossem tiradas e somente postadas mediante provas comprovadas. Pois o nomes dessas ONGs estão sendo manchadas por idéias infundadas.
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